A Folha de Franca, em conformidade com o que foi proposto em nossa parceria, apresenta a primeira regra de um jornalismo que vai além da simples busca por informações associadas ao lucro, mas que se alicerça na Palavra, fundamentada na Verdade. Nesse contexto, pedimos licença para expor o primeiro princípio de nosso trabalho, que só se concretiza quando se compreendem as dificuldades reais de traduzir em ações concretas aquilo que as pessoas realmente precisam no seu dia a dia.
Para facilitar o entendimento, abordaremos a chamada “prostituição da imprensa”. Pressionada pelas transformações dos tempos atuais, que acentuaram problemas como as pressões políticas e financeiras nas redações, a mídia tem sido alvo de cobranças também devido a erros passados. Isso resultou no surgimento de termos como “conteúdo de marca”, usados para disfarçar a subordinação da imprensa aos interesses mercadológicos.
É nesses espaços que, muitas vezes, encontramos o que parecem ser reportagens, mas na verdade são propagandas de hospitais públicos ou filantrópicos. Estes mesmos hospitais, que frequentemente se apresentam em busca de apoio financeiro, recorrem à imprensa para veicular anúncios disfarçados de notícia, com o intuito de mascarar sua dependência financeira, que se mantém com o apoio dessa mesma mídia.
Além disso, tais espaços também abrigam entidades patronais ou sindicatos que, muitas vezes, negociam acordos prejudiciais a ambas as partes, perpetuando uma estrutura arcaica e viciada. Essa realidade faz parte de um sistema falido que se reinventa constantemente para garantir sua sobrevivência.
É justamente nesses espaços que o jornalismo, em sua essência, se transforma em moeda de troca. Aqui, um suposto ofendido, que deveria ser o alvo de uma apuração jornalística isenta, pode, por exemplo, publicar um texto desmentindo um fato apurado com seriedade, e isso é tratado como se fosse publicidade ou “conteúdo de marca”.
Portanto, embora não vamos barrar a publicidade, queremos deixar claro para você: tudo será bem explicado, pois entendemos que conteúdo é jornalismo, e marca é publicidade.