O Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em parceria com a Polícia Militar, deflagrou nesta terça-feira (3/6) a segunda fase da Operação Castelo de Areia, com a execução de 17 mandados de prisão temporária e 22 mandados de busca e apreensão nas cidades de Franca e região, em São Paulo. A operação também contou com o apoio do GAECO de Minas Gerais e da Polícia Militar de Minas, que realizaram uma prisão em Pedro Leopoldo (MG).
Objetivo: Desarticular Organização Criminosa de Agiotagem
A principal meta da operação foi desmantelar uma organização criminosa especializada em agência de crédito ilegal, ou seja, agiotas que cobravam juros exorbitantes e recorriam à violência e ameaças para pressionar as vítimas. O esquema criminoso foi investigado desde o final de 2022 e envolvia o uso de empresas de fachada, lavagem de dinheiro, além da aquisição de bens de luxo e imóveis como parte do lucro ilícito.
Ex-Policial Civil Envolvido
Entre os envolvidos no esquema, destaca-se a participação de um ex-policial civil, que teria iniciado sua atuação enquanto ainda estava no exercício de suas funções. Esse agente de segurança pública foi uma das figuras-chave no grupo, que operava em várias cidades da região, inclusive em Ribeirão Preto, onde um dos líderes da quadrilha residia.
Apesar de alguns membros já terem sido presos e condenados, as investigações revelaram que outros integrantes da organização continuaram agindo, mantendo o esquema de agiotagem em funcionamento. O impacto da operação revelou que, mesmo com as prisões, a quadrilha persistia em suas atividades ilícitas e ameaçava continuar operando, inclusive ameaçando assassinatos como forma de garantir o cumprimento das dívidas.
Agressividade e Impunidade
Durante as interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial, foi possível captar mensagens dos criminosos, que demonstraram uma postura desafiadora, afirmando que nem a prisão de seus comparsas os intimidaria. A violência nas cobranças e a ameaça de morte foram recorrentes em suas ações, o que caracteriza um alto grau de periculosidade do grupo.