A Promotoria de Justiça de Piquete, em São Paulo, apresentou uma denúncia contra o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, por infração ao artigo 132 do Código Penal. Este artigo prevê pena de detenção de três meses a um ano para quem expõe “a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”.
A acusação se refere a um incidente ocorrido nos dias 4 e 5 de janeiro de 2022, quando Marçal liderou uma expedição com cerca de 60 pessoas ao Pico dos Marins, localizado na Serra da Mantiqueira. A atividade foi realizada em um período contraindicado e sob condições climáticas adversas, o que gerou preocupações sobre a segurança dos participantes.
Na mesma data, a promotora Renata Zaros, responsável pela denúncia apresentada em março, sugeriu uma transação penal que inclui o pagamento de uma prestação pecuniária no valor de R$ 273.240,00 (equivalente a 180 salários mínimos) a uma entidade pública ou privada com destinação social.
De acordo com a denúncia, Marçal ignorou as advertências dos guias sobre os riscos da escalada e insistiu na subida ao Pico dos Marins, alegando que o objetivo era demonstrar a importância de correr riscos para alcançar o sucesso. Um dos guias contratados para auxiliar na escalada alertou Marçal sobre a inviabilidade de prosseguir, mas ele desdenhou dos avisos, chamando o guia de “covarde” e incentivando os participantes a segui-lo.
O grupo se dividiu, e 32 pessoas decidiram acompanhar Marçal. Durante a madrugada, em meio a chuvas e ventos fortes, o resgate foi acionado, pois alguns integrantes da expedição estavam desorientados e apresentando sinais de hipotermia.
Essa situação levanta questões sérias sobre a responsabilidade de líderes em atividades de aventura e a importância de seguir orientações de segurança. A denúncia contra Pablo Marçal destaca a necessidade de cautela e respeito às diretrizes de segurança em atividades ao ar livre.
